Manancial

Subo no ônibus, as lágrimas irrompendo de meus olhos inchados de sono. Não há ninguém de quem me despedir. Me sento à janela e tomo um gole d'água - é de manhã e a chuva da noite anterior deixou um frescor agradável com sabor de domingo. Choro, desesperada, só, e a música no meu fone … Continue reading Manancial

22h45

22h45 de uma segunda-feira de carnaval. Deixo meus olhos acima do horizonte, flutuando com o ritmo de uma arquitetura que pulsa. Fico estarrecida com a sequência díspar de edificações. Depois, dou de cara com um casal desabrigado, ele estirado nos braços dela, os dois enrolados num cobertor – guardados do mundo sob a fachada de … Continue reading 22h45

Passageiro

Estou sempre na estrada. Cruzo o mesmo caminho, ida e volta, às sextas e domingos. Esse vai e vem me lembra um curta-metragem (coreano?) que assisti na MFL sobre um rapaz que já tinha feito a mesma viagem mais de duzentas vezes na linha de trem em que trabalhava. A estrada adquiriu aquele aspecto esmaecido … Continue reading Passageiro

Raízes

Entrei na biblioteca hoje e por acaso fui parar de cara na prateleira do Garcia Marquez. Pareceu um sinal do universo... "A solidão é uma coisa ridícula, tome alguns livros e se esqueça". Continuei trabalhando no meu projeto pro nosso aniversário binário, não sei por que. Há alguns dias não recebo notícias suas, me pareceu … Continue reading Raízes

De Madrugada

Ao abrir a minúscula janela da cozinha, Madrugada vislumbrou o asfalto molhado e fechou os olhos para sentir a brisa fresca da manhã depois de uma noite inteira de chuva. Ela tinha passado por uma tempestade também e temia a calmaria do dia pálido. Era possível que a qualquer momento um pensamento ruim passasse de … Continue reading De Madrugada